20 maio 2008

Internação na UTI pode causar desordem de estresse pós-traumático ?

Post-traumatic stress disorder and post-traumatic stress symptoms following critical illness in medical intensive care unit patients: assessing the magnitude of the problem
James C Jackson, Robert P Hart, Sharon M Gordon, Ramona O Hopkins, Timothy D Girard e E Wesley Ely
Critical Care 2007, 11:R27

Recently, investigators have reported that the experience of critical illness can also lead to PTSD, although details of the association between critical illness and PTSD remain unclear. Sixteen studies (representing 15 cohorts) and approximately 920 medical ICU patients met inclusion criteria. A total of 10 investigations used brief PTSD screening tools exclusively as opposed to more comprehensive diagnostic methods. Reported PTSD prevalence rates varied from 5% to 63%, with the three highest prevalence estimates occurring in studies with fewer than 30 patients.

A desordem de estresse pós-traumática (PTSD) ocorre em sobreviventes de desastres ou tragédias, como guerras, terremotos e acidentes. Ocorre distúrbio de ansiedade e medo de morrer, durante um período indeterminado. Esta desordem psiquiátrica afasta o paciente da sua vida social e hábitos comuns.
A PTSD tem sido reconhecida como mais 1 complicação da internação em unidades de tratamento intensivo (UTI). Sua frequência é variável entre os diversos estudos. Sabe-se que ela é mais alta que anteriormente suposta. Este estudo estima sua prevalência e compara outros eventos traumáticos à internação em UTI.

Traumatic event; No. of studies; Range of prevalence estimates;
Rape; >50; 14%–80%
Man-made disaster; 106; 25%–75%
ICU; 16; 5%–63%
Natural disaster; 86; 5%–60%
Political refugee experience; 22; 4%–44%
Cancer survivors; >100; 1.9%–39%
Combat in Vietnam; >100; 1.8%–15%

A internação prolongada na UTI pode gerar PTSD em um número maior de pessoas que alguns desastres e guerras, o que é surpreendente (veja a comparação com sobrevientes da guerra do Vietnã).
A alta prevalência da PTSD em doentes graves não se explica somente pelo uso de ventilação mecânica ou duração da internação prolongada. Pacientes sem nenhuma memória de eventos ruins geralmente não apresentam a síndrome. No entanto, poucos estudos apontaram alguns fatores de risco. Os fatores esperados foram idade jovem, tempo prolongado de internação e doença psiquiátrica prévia. Mas sedação profunda e memórias distorcidas foram também de risco para PTSD. Parece que o uso de sedativos parece deletério se for prolongado e intenso. E estas mesmas drogas podem aumentar a ocorrência de memórias distorcidas (Samuelson et al, CCM 2006).

André

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