05 julho 2008

Surviving Sepsis Campaign

Jean-Louis Vincent, John C Marshall
Critical Care 2008, 12:162 (30 June 2008)

A Surviving Sepsis Campaign, desde a sua primeira edição publicada em 2001, tem sofrido inúmeras críticas - desde a sistematização da evidência, o foco da campanha (entrado no tratamento e não na prevenção) até a qualidade das recomendações geradas, baseadas em estudos que vem sendo bastante questionados nos últimos anos.

Neste comentário escrito pelo Dr. Jean-Louis Vincent e pelo Dr. John Marshall, tenta-se promover a reabillitação da Surviving Sepsis frente a essas críticas. Os autores argumentam que a campanha nasceu do reconhecimento de três falahs no tratamento do paciente séptico: 1) Sepse não era (e ainda não é) adequadamente reconhecida; 2) Quando reconhecida, a urgência de seu tratamento não é identificada e 3) Quando reconhecida e tratada, o tratamento freqüentemente é subótimo. Dessa forma, a sepse continua sendo uma das maiores causas de mortalidade no mundo. 

Os autores descrevem a evolução da Surviving Sepsis Campaign ao longo dos anos e argumentam que, embora imperfeito, o guideline representa a melhor síntese do conhecimento disponível até o momento e, portanto, deve ser promovido para auxiliar no tratamento desta síndrome de alta prevalência e mortalidade.

A Surviving Sepsis Campaign vem se atualizando ao longo dos anos, a medida que maior quantidade de conhecimento clínico vindo de estudos randomizados tem sido disponibilizada. Ela tem o grande mérito de chamar a atenção das instituições e da classe médica para o problema da sepse grave e do choque séptico e de estabelecer uma proposta de melhora de qualidade no atendimento a essa síndrome. Apesar de seus problemas e controvérsias, é uma iniciativa interessante, que vem se submetendo ao aprimoramento ao longo do tempo.

Cássia Righy

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