Glucose variability and mortality in patients with sepsis.
Crit Care Med; 2008: (published ahead of print)
A hiperglicemia tem se mostrado, em diversos trabalhos, um fator de risco independente para mortalidade em uma miríade de pacientes, incluindo pacientes coronarianos agudos, cirúrgicos de alto risco, sépticos e neurocríticos. O controle glicêmico estrito, por outro lado, embora bastante bem sucedido em pacientes cirúrgicos (principalmente após revascularização miocárdica) e pacientes coronarianos agudos, tem sido criticado principalmente por seu potencial de induzir hipoglicemia, estando este último fator também associado a maior mortalidade.
Outros marcadores de controle glicêmico (além da glicemia média) vem sendo estudados como marcadores de mau prognóstico no paciente crítico - entre eles, a variabilidade da glicemia. Enquanto a variabilidade está associada a pior prognóstico nos pacientes diabéticos ambulatoriais, sendo recentemente proposto como índice gold-standard para o controle glicêmico, seu papel ainda não está bem definido em pacientes gravemente enfermos.
Neste estudo realizado em 1246 pacientes sépticos, os autores reportam que a variabilidade da glicemia é um fator de risco independentemente associado a mortalidade, mesmo quando a glicemia média se mantém em níveis adequados.
Estudos in vitro já demonstraram que grandes oscilações da glicemia podem induzir lesão endotelial e apoptose. Resta, ainda, testar em estudos prospectivos e randomizados se a redução da variabilidade glicêmica, em adição ao controle glicêmico estrito, pode diminuir a mortalidade nos pacientes críticos.
Cássia Righy
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