10 junho 2013

Usando escores de prognóstico na UTI: SAPS 3

O escore SAPS 3, é a versão mais recente do Simplified Acute Physiology Score, e foi gerado a partir de um estudo que envolveu quase 20 mil pacientes em 307 UTIs de 35 países de diversas regiões do mundo. Deste universo, 28 UTIs (9% do total) brasileiras contribuíram 1.483 pacientes. Neste escore, são consideradas varíaveis demográficas, comorbidades, alguns diagnósticos específicos, uso de suporte invasivo, variáveis fisiológicas e laboratoriais presentes à internação na UTI (± 1h). A partir destas variáveis, obtem-se um valor do escore em pontos a partir do qual são estimadas a probabilidade de óbito hospitalar para os pacientes. Interpretação do resultados Escore em pontos: A interpretação do escore em pontos é simples: quanto maior o número de pontos, maior a gravidade do paciente. A pontuação máxima teórica é de 217 pontos, mas no artigo de geração do SAPS3, a pontuação variou de 5 a 124 pontos, com média de 49,9 ± 16,6 e mediana de 48 (38 – 60) pontos, respectivamente. Probabilidade de óbito: A partir dos escores em pontos, é possível estimar as probabilidades de óbito hospitalar. O escore SAPS 3 tem uma equação de estimativa de probabilidades de óbito geral, mas como o estudo foi internacional, foram disponibilizadas equações customizadas para as diferentes regiões geográficas do mundo, sendo uma delas específica para países da América Latina. As estimativas de probabilidade de óbito hospitalar NÃO devem ser utilizadas para os pacientes individualmente, mas para grupos de pacientes. Taxa de letalidade padronizada (TLP ou SMR, do inglês, Standardized Mortality Ratio): este indicador é a razão entre a letalidade observada para um grupo de pacientes (mumerador) pela estimativa de letalidade por uma das equações preditivas do escore SAPS 3 (denominador). O ideal é que este valor seja próximo a 1,0. Para escores ajustados a uma determinada população, valores muito superiores a 1,0, indicam que a letalidade observada é superior a predita (ocorreu um número maior de óbitos hospitalares do que o previsto) e, por outro lado, valores muito inferiores a 1,0 indicam que a letalidade observada foi inferior a predita. A TLP pode ser utilizada com um dos parâmetros de avaliação de desempenho de uma unidade, mas nunca de forma isolada. A TLP, por exemplo, está sujeita a variações do case-mix de pacientes, fatores relacionados aos processos de triagem para a internação e durante a internação na UTI. Jorge Salluh

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