03 janeiro 2010

Proteína C Ativada na Sepse: com os pés no chão

Toussaint S & Gerlach H. "Activated Protein C for Sepsis". New Engl J Med 2009; 361:2646-2652.

Da sessão "Clinical Therapeutics", os autores apresentam 1 caso clínico e discutem uma estratégia de tratamento. Neste artigo em especial, eles discutem o lugar da infusão de proteína C ativada nos casos de sepse grave; e acho que foram muito bem.

Depois de algumas fases (2001-2004: novidade; 2004-2007: quem não faz, está vacilando; 2008-atual: espere por resultados confirmatórios), os autores conseguem discutir todos os aspectos da proteína C na sepse e fazem recomendações moderadas.

Fisiopatologia, uso clínico, efeitos adversos e estudos clínicos são discutidos de forma didática.

A figura a seguir resume as possíveis ações da proteína C ativada na sepse:


Os autores colocam uma perspectiva que todos nós temos:
"Primeiramente, a eficácia da proteína C ativada permanece um assunto de disputa.
Segundo, embora o benefício possa ser pela sua ação anticoagulante, outros efeitos fisiológicos podem ter papel significativo.
Por último, a aplicação própria dos critérios de exclusão do estudo PROWESS está incerta (vide estudos alemão e italiano - os médicos não aplicam os critérios de exclusão de maneira correta)."

As recomendações seguem aquelas do guideline Surviving Sepsis Campaign de 2008:
O uso é sugerido (e não recomendado) quando pacientes com piora da síndrome de disfunções orgânicas múltiplas, associado com alto risco de morte (escore APACHE II acima de 25 pontos). Para pacientes em pós-operatório até 30 dias, o uso deve ser mais restringido ainda.

André

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