ARTIGOS COMENTADOS EM MEDICINA INTENSIVA
Este blog tem como objetivo trazer informações e visões críticas sobre os estudos científicos recentes em medicina intensiva.
domingo, abril 12, 2020
PRESSÃO DE DISTENSÃO OU DRIVING PRESSURE
Driving Pressure (DP) = Pplatô - PEEP
Quando > 14 cmH2O em pacientes com SDRA = maior mortalidade
Flávio E. Nácul
Quando > 14 cmH2O em pacientes com SDRA = maior mortalidade
Flávio E. Nácul
SARI
O que é SARI ( infecção respiratória aguda severa)?
SARI é definida como um quadro respiratório caracterizado por febre, tosse e dispneia com duração inferior a 7 dias.
Flávio Nácul
SARI é definida como um quadro respiratório caracterizado por febre, tosse e dispneia com duração inferior a 7 dias.
Flávio Nácul
quarta-feira, outubro 09, 2019
Farmacêuticos: além de bem-vindos, necessários na UTI !
Farmacêuticos: além de bem-vindos, necessários na UTI !
A participação do farmacêutico no time multidisciplinar da UTI já é realidade em alguns hospitais, mas enfrentam dificuldade por falta de recursos humanos (faltam profissionais) ou financeiros (sem orçamento para contratar). O farmacêutico pode ajudar muito em reduzir eventos adversos relacionados a medicações (cerca de 45 mil mortes nos hospitais por ano), e garante a segurança pro paciente internado.
Separei 3 artigos recentes para comentar:
1. Legueline-Blache e colaboradores (2018) realizaram estudo antes/depois sobre mortalidade, tempo de permanência e custos da ação do farmacêutico em 2 UTIs francesas. O número de pacientes foi expressivo - 1.164. A intervenção foi baseada em aconselhamento amplo relacionado a medicações: doses e tempo de sedativos, antibióticos, itens do pacote de prevenção de pneumonia associada a VM e manutenção de cateteres venosos e vesicais. Houve redução significativa do tempo de hospitalização (menos 3,7 dias), menos tempo de ventilação e de UTI e redução de custos agregados (menos 2.500 dólares por internação). Não houve diferença de mortalidade durante períodos antes e depois.
2. Lee e colaboradores fizeram revisão sistemática que visou verificar efeitos da atuação do farmacêutico em desfechos relevantes na UTI, como eventos adversos, tempo de permanência e mortalidade. A análise final foi com 14 estudos. Todos foram estudos observacionais, exceto Claus et al (2014). A mortalidade observada foi cerca de 20% menor no grupo de UTIs com farmacêutico atuante (odds 0.78), com pouca heterogeneidade entre os estudos. De maneira surpreendente, o tempo de permanência na UTI também foi reduzida em 1,1 dia, principalmente em UTIs mistas (o efeito foi menor em UTIs clínicas "puras"). E eventos adversos, tanto preveníveis quanto não-preveníveis, também foram muito reduzidos (odds 0.26 e 0.47, respectivamente). Este último resultado é o mais deduzível, até pela atuação na revisão de prescrições e possíveis interações medicamentosas, além de análise de doses e posologia. Por incrível que pareça, não houve heterogeneidade significativa entre os estudos para estes desfechos, exceto tempo de UTI. Isto aponta para maior confiança nos resultados da revisão.
3. Bianchini e colaboradores estudaram o efeito do acompanhamento do farmacêutico clínico um 1 UTI clínica, analisando pacientes internados por pneumonia comunitária grave. Foi um estudo antes/depois, comparando 5 meses do inverno de 2016 versus o mesmo período de 2017. O farmacêutico tinha um pacote de avaliações que consistiam em:
- acesso a resultados de exames microbiológicos comuns;
- teste para influenza (PCR);
- painel viral respiratório;
- antígeno urinário para Legionella pneumophila;
- procalcitonina (PCT) sérica.
O objetivo principal foi analisar o tempo de antibioticoterapia; secundariamente descalonamento, tempo de hospitalização, re-tratamento da pneumonia, reinternação na UTI, disfunção renal aguda; e infecção por Clostridioides sp.
Numa população inicial de 387 pacientes, separou-se 91 pares para comparação de desfechos. Muitos pacientes (50%-60%) recebeu empiricamente glicopeptídeos e agentes anti-Pseudomonas (como cefepime e pip-tazo), o que não é comum por aqui no Brasil. O tempo de tratamento foi semelhante (~7 dias). O descalonamento foi muito mais comum com ação do farmacêutico. O restante de desfechos não foi diferente: mortalidade hospitalar (14% vs 8%), reinternação 30 dias (18% vs 14%) e re-tratamento (15% vs 12%). Por fim, a identificação de causa etiológica da pneumonia foi maior no grupo após intervenção (51% vs 34%, p=0.03).
André Japiassú
- Impact of Quality Bundle Enforcement by a Critical Care Pharmacist on Patient Outcome and Costs - Leguelinel-Blache et al, CCM 2018; 46:199.
- Impact on Patient Outcomes of Pharmacist Participation in Multidisciplinary Critical Care Teams: A Systematic Review and Meta-Analysis - Heeyoung Lee et al, CCM 2019;47:1243.
- Improving care for critically ill patients with community-acquired pneumonia - Monica Bianchini et al, 2019;76:861.
A participação do farmacêutico no time multidisciplinar da UTI já é realidade em alguns hospitais, mas enfrentam dificuldade por falta de recursos humanos (faltam profissionais) ou financeiros (sem orçamento para contratar). O farmacêutico pode ajudar muito em reduzir eventos adversos relacionados a medicações (cerca de 45 mil mortes nos hospitais por ano), e garante a segurança pro paciente internado.
Separei 3 artigos recentes para comentar:
1. Legueline-Blache e colaboradores (2018) realizaram estudo antes/depois sobre mortalidade, tempo de permanência e custos da ação do farmacêutico em 2 UTIs francesas. O número de pacientes foi expressivo - 1.164. A intervenção foi baseada em aconselhamento amplo relacionado a medicações: doses e tempo de sedativos, antibióticos, itens do pacote de prevenção de pneumonia associada a VM e manutenção de cateteres venosos e vesicais. Houve redução significativa do tempo de hospitalização (menos 3,7 dias), menos tempo de ventilação e de UTI e redução de custos agregados (menos 2.500 dólares por internação). Não houve diferença de mortalidade durante períodos antes e depois.
2. Lee e colaboradores fizeram revisão sistemática que visou verificar efeitos da atuação do farmacêutico em desfechos relevantes na UTI, como eventos adversos, tempo de permanência e mortalidade. A análise final foi com 14 estudos. Todos foram estudos observacionais, exceto Claus et al (2014). A mortalidade observada foi cerca de 20% menor no grupo de UTIs com farmacêutico atuante (odds 0.78), com pouca heterogeneidade entre os estudos. De maneira surpreendente, o tempo de permanência na UTI também foi reduzida em 1,1 dia, principalmente em UTIs mistas (o efeito foi menor em UTIs clínicas "puras"). E eventos adversos, tanto preveníveis quanto não-preveníveis, também foram muito reduzidos (odds 0.26 e 0.47, respectivamente). Este último resultado é o mais deduzível, até pela atuação na revisão de prescrições e possíveis interações medicamentosas, além de análise de doses e posologia. Por incrível que pareça, não houve heterogeneidade significativa entre os estudos para estes desfechos, exceto tempo de UTI. Isto aponta para maior confiança nos resultados da revisão.
3. Bianchini e colaboradores estudaram o efeito do acompanhamento do farmacêutico clínico um 1 UTI clínica, analisando pacientes internados por pneumonia comunitária grave. Foi um estudo antes/depois, comparando 5 meses do inverno de 2016 versus o mesmo período de 2017. O farmacêutico tinha um pacote de avaliações que consistiam em:
- acesso a resultados de exames microbiológicos comuns;
- teste para influenza (PCR);
- painel viral respiratório;
- antígeno urinário para Legionella pneumophila;
- procalcitonina (PCT) sérica.
O objetivo principal foi analisar o tempo de antibioticoterapia; secundariamente descalonamento, tempo de hospitalização, re-tratamento da pneumonia, reinternação na UTI, disfunção renal aguda; e infecção por Clostridioides sp.
Numa população inicial de 387 pacientes, separou-se 91 pares para comparação de desfechos. Muitos pacientes (50%-60%) recebeu empiricamente glicopeptídeos e agentes anti-Pseudomonas (como cefepime e pip-tazo), o que não é comum por aqui no Brasil. O tempo de tratamento foi semelhante (~7 dias). O descalonamento foi muito mais comum com ação do farmacêutico. O restante de desfechos não foi diferente: mortalidade hospitalar (14% vs 8%), reinternação 30 dias (18% vs 14%) e re-tratamento (15% vs 12%). Por fim, a identificação de causa etiológica da pneumonia foi maior no grupo após intervenção (51% vs 34%, p=0.03).
André Japiassú
segunda-feira, agosto 12, 2019
Áudio (Soundcloud): Unidade Step-up em Emergência - qual é o impacto em mortalidade e admissões em UTI ?
"Association of an Emergency Department–Based Intensive Care Unit
With Survival and Inpatient Intensive Care Unit Admissions". Gunnerson et al, JAMA Network Open 2019; 2(7):e197584.
Comentário em:
https://soundcloud.com/andre-japiassu/sets/artigos-comentados-em-med
With Survival and Inpatient Intensive Care Unit Admissions". Gunnerson et al, JAMA Network Open 2019; 2(7):e197584.
Comentário em:
https://soundcloud.com/andre-japiassu/sets/artigos-comentados-em-med
domingo, agosto 04, 2019
CAMI EM SP NOS DIAS 23 E 24 DE AGOSTO
CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM MEDICINA INTENSIVA DA AMIB (CAMI)
Dias 23 e 24 de agosto de 2019
Professores: José Paulo Ladeira (SP), Leandro Taniguchi (SP) e Flávio Nácul (RJ)
Local: sede da AMIB em São Paulo - SP
Dias 23 e 24 de agosto de 2019
Professores: José Paulo Ladeira (SP), Leandro Taniguchi (SP) e Flávio Nácul (RJ)
Local: sede da AMIB em São Paulo - SP
sexta-feira, julho 19, 2019
O QUE É NOMI?
NOMI significa non-occlusive mesenteric ischemia e ocorre quando um paciente crítico em choque circulatório recebendo doses elevadas de aminas vasopressoras recebe nutrição enteral e desenvolve isquemia mesentérica secundária ao aumento do consumo mesentérico de oxigênio.
Flávio E. Nácul
Flávio E. Nácul
domingo, abril 14, 2019
VITAMINA C NO PACIENTE CRÍTICO
Potente antioxidante
Cofator da síntese de colágeno e catecolaminas
Aumenta a sensibilidade dos receptores de corticoides e de catecolaminas
Protege o endotélio
Cofator da síntese de colágeno e catecolaminas
Aumenta a sensibilidade dos receptores de corticoides e de catecolaminas
Protege o endotélio
sábado, março 09, 2019
EFEITO DUNNING-KRUGER
O efeito Dunning-Kruger é o fenômeno pelo qual indivíduos que possuem pouco conhecimento sobre um assunto acreditam saber mais que outros melhores preparados, fazendo com que tomem decisões erradas. Estas pessoas sofrem de superioridade ilusória.
Flávio Nácul
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