23 junho 2023

UTI amiga do ambiente

 A UTI é ecologicamente ajustada? Parece pergunta inusitada, mas será feita frequentemente em breve.

Conceitos de "evite, reduza, reuse, recicle, pesquise e repense" virão para a UTI. Há alto consumo de "pegadas" de CO2, com uso de energia elétrica, medicamentos, dispositivos. Além de ambiente com ar condicionado, que usa muito mais energia se comparado a ventiladores, diálise e bomba infusora. Existe grande uso e descarte de materiais plásticos (inevitável materiais de uso único por paciente). Mas a produção de CO2 é diferente entre UTI australiana (~90kg) vs americana típica (~180kg). Se existe esta diferença, é porque é possível melhorar ! Outro dado: UTI produz 3 vezes mais kg CO2 que leitos de enfermaria. Rouparia e limpeza usam água de maneira heterogênea também. Exames laboratoriais e imagem são repetidos excessivamente, gastando materiais e fornecendo pouca informação, em muitas ocasiões.



Que tal estas ideias?
Evite: admissões desnecessárias, reinternações, complicações, desperdício de alimentos
Reduza: exames complementares, otimize uso e frequência de medicações, uso excessivo de EPI, uso de papel (PEP eletrônico e assinatura digital)
Reuse: EPI (?), aparelhos individuais que acompanham paciente de UTI para enfermaria, laringoscópio, etc
Recicle: separe lixo, eduque equipe

Outras: reuniões virtuais quando possível, usar pacote de medidas com metas, criar indicadores de prod. CO2



Este artigo ainda fornece um kit de ferramentas para implementação da estratégia de UTI amiga do ambiente. Vale a pena ler.

Ref.: Baid H, Damm E, Trent L, McGain F. Towards net zero: critical care. Brit Med J 2023;381:e069044.

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