Mas a Sepse é uma síndrome que vai além da fase aguda, porque as disfunções orgânicas podem demorar a desaparecer ou melhorar. De 20% a 50% morrem durante a hospitalização índice. Os pacientes que sobrevivem e saem do hospital, precisam ainda de cuidados e reabilitação por tempos variáveis, mas isso ainda é pouco estudado.
Um estudo recente trouxe mais informações sobre o pós-alta dos sobreviventes, com foco a saber se eles retornam ao trabalho prévio ao quadro de Sepse. Foi realizado na Alemanha, retrospectivo, a partir de seleção de 7.370 casos/contas de sobreviventes, a partir da base de dados nacionais com código de CID de sepse associado a infecções e disfunções orgânicas.
Cerca de 60%-70% consegue retornar ao trabalho após 1 ano. É comum que pacientes que retornam ao seu local de trabalho precisem mudança de cargo ou tarefas, redução da remuneração ou da jornada de trabalho. Os fatores que mais afetam este retorno são: idade maior, presença de comorbidades prévias e número e gravidade de disfunções orgânicas. A internação em UTI (para suporte a alguma ou várias disfunções orgânicas) reduz a chance de retorno ao trabalho à metade.
A temporalidade da observação da coorte foi esclarecedora no tangente ao acompanhamento: as taxas de recuperação são crescentes entre 6 meses e 1 ano, mas discretamente decrescente em 2 anos. Cerca de 60%-65% dos pacientes consegue se recuperar e volta a trabalhar até 6 meses após saída hospitalar. Há um ganho de aproximadamente 10% dos pacientes retornando ao trabalho entre 6 meses e 1 ano. Mas parece haver um declínio de ~ 13% em 2 anos (se afastam do trabalho após retorno).
Após 1 ano, muitos pacientes permanecem com problemas clínicos ativos, que embora estejam compensados, limitam as atividades diárias (35%-41% dos pacientes sobreviventes).
De 4% a 7% apresentam problemas psicológicos (ex. desordem de estresse pós-traumático, ansiedade) isoladamente.
Problemas de cognição são muito limitantes e permanecem em torno de 3%-4% dos sobreviventes que voltam a trabalhar, geralmente associados a desordens clínicas e/ou psicológicas. Mas a cognição está afetada em quase 12% daqueles que não retornam ao trabalho.
Resumindo, o acometimento da sepse perpassa muitas vezes a fase mais aguda que é tratada no hospital, mesmo havendo sucesso com o tratamento precoce: declínios clínico, psicológico e cognitivo são prevalentes e precisam de cuidados após a alta hospitalar. Somente assim, será possível para o paciente retornar ao seu trabalho de maneira eficaz. O ajuste de função pode ser necessário e precisa de muita atenção mesmo após o retorno ao trabalho, porque alguns desistem entre 1 e 2 anos após a alta hospitalar.
A temporalidade da observação da coorte foi esclarecedora no tangente ao acompanhamento: as taxas de recuperação são crescentes entre 6 meses e 1 ano, mas discretamente decrescente em 2 anos. Cerca de 60%-65% dos pacientes consegue se recuperar e volta a trabalhar até 6 meses após saída hospitalar. Há um ganho de aproximadamente 10% dos pacientes retornando ao trabalho entre 6 meses e 1 ano. Mas parece haver um declínio de ~ 13% em 2 anos (se afastam do trabalho após retorno).
Após 1 ano, muitos pacientes permanecem com problemas clínicos ativos, que embora estejam compensados, limitam as atividades diárias (35%-41% dos pacientes sobreviventes).
De 4% a 7% apresentam problemas psicológicos (ex. desordem de estresse pós-traumático, ansiedade) isoladamente.
Problemas de cognição são muito limitantes e permanecem em torno de 3%-4% dos sobreviventes que voltam a trabalhar, geralmente associados a desordens clínicas e/ou psicológicas. Mas a cognição está afetada em quase 12% daqueles que não retornam ao trabalho.
Resumindo, o acometimento da sepse perpassa muitas vezes a fase mais aguda que é tratada no hospital, mesmo havendo sucesso com o tratamento precoce: declínios clínico, psicológico e cognitivo são prevalentes e precisam de cuidados após a alta hospitalar. Somente assim, será possível para o paciente retornar ao seu trabalho de maneira eficaz. O ajuste de função pode ser necessário e precisa de muita atenção mesmo após o retorno ao trabalho, porque alguns desistem entre 1 e 2 anos após a alta hospitalar.
Referência:
- Struzek et al, Return to work after sepsis—a German population-based health claims study. Front Med 2023; Published online 2023 May 25. doi: 10.3389/fmed.2023.1187809
- Struzek et al, Return to work after sepsis—a German population-based health claims study. Front Med 2023; Published online 2023 May 25. doi: 10.3389/fmed.2023.1187809
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