19 outubro 2008

Charles Sprung: dono da verdade ou estraga-prazeres ?

Charles Sprung, renomado pesquisador na Medicina Intensiva, foi responsável por 2 dos principais estudos sobre corticóides no choque séptico: New Engl J Med em 1984 e em 2008. No primeiro se usou metilprednisolona 30 mg/kg nos pacientes com choque séptico precocemente (até 2 h da apresentação), e o resultado foi negativo (mortalidade corticóide 76 x placebo 69%). No segundo, CORTICUS, também não houve diferença na mortalidade entre grupos que usaram ou não hidrocortisona nas primeiras 72 horas do choque séptico.
Intensivistas gostam de usar corticóides nos casos de choque e sepse, principalmente quando a dose de vasopressores está alta. Porém, Sprung fez estudos com grande população e não detectou benefícios; na verdade, no CORTICUS, parece haver mais superinfecções e hiperglicemia quando se usa corticóide por tempo prolongado.
Nas 2 vezes que o Dr. Sprung publicou estudos sobre o tema como pesquisador principal, não houve resultados positivos. Na primeira ocasião (anos 80), outros estudos posteriores confirmaram o que ele publicou antes. É curioso como existem vários estudos na literatura que negam o uso de esteróides na sepse, mas se tenta novas formas ou tempo de administração para tentar alentar os intensivistas. Com muitas outras drogas, a persistência foi muito menor...
Mas separei, conjuntamente com Salluh e Soares, algumas diferenças e observações interessantes em relação aos estudos com uso de corticóides no choque séptico e particularmente Annane (2002) e CORTICUS (2008) - abaixo:


André


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