Arterial blood gases and Oxygen Content in Climbers of Mount Everest.
Grocott M, Martin DS, Levett D, McMorrow R, Windsor J, Montogomery HE. N Engl J Med. 2009; 360(2): 140-9.
Neste artigo publicado na edição desta semana do NEJM, os pesquisadores tentam ir ao limite da tolerância do ser humano a condições extremas. Foram coletadas amostras de sangue arterial de 10 pessoas que escalaram o Monte Everest com suplementação de oxigênio apenas a partir dos 7100m de altitude (embora as gasometrias tenham sido coletadas após 20 minutos ventilando em ar ambiente).
A pO2 diminuiu progressimente com o aumento de altitude da escalada, enquanto a saturação se manteve relativamente estável. A concentração de hemoglobina aumentou significativamente ao longo da escalada, bem como a diferença alveolo-arterial de oxigênio. Este último achado foi atribuído a edema pulmonar relacionado a grandes altitudes subclinico.
Ao se atingir 8400m de altitude, a pO2 média foi de 24,6 mmHg e a pCO2 média foi de 13,3mmHg. Apesar da hipoxemia grave, não houve deficit cognitivo aparente entre os participantes da pesquisa.
Os resultados desse estudo são interessantes, uma vez que a definição dos limites de hipoxemia toleráveis no paciente em terapia intensiva são de primordial importância, já que vários tratamentos objetivando restaurar a DO2 e melhorar a hipoxia tecidual tem sido ineficazes ou, até mesmo, danosos ao paciente.
Cássia Righy
interessante o artigo, embora seja de extrema utilidade para os cuidados na terapia intensiva, presumo que os escaladores tiveram um preparo fisico, que aumentaria sua restencia, anterior a escalada, e os pctes da terapia, muitas vezes estam vindo de uma situaçõa debilitante previa.
ResponderEliminarsueli dias
Vc tem razão, os escaladores passaram por estações de aclimatamento durante a subida. Entretanto, mesmo em pessoas saudáveis que passam por aclimatamento, pO2 de 20mmHg é bem pouco... Como muitos tratamentos que tentam normalizar as variáveis fisiológicas (transfusão, recrutamento alveolar...) são, no mínimo, de resultado incerto, é interessante a gente se questionar o que é um parâmetro fisiológico "normal".
ResponderEliminarEsse blog é muito interessante!!!E está contribuindo muito com a minha formação acadêmica,ainda mais porque iniciei um estágio em CTI.
ResponderEliminarAna Carolina
Obrigada pelo comentário! Esperamos continuar contribuindo para as discussões da nossa especialidade. Seja bem-vinda e comente sempre!
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