Esse artigo foi o primeiro que definiu a morte encefálica. Os autores incluíram no estudo apenas pacientes comatosos, sem atividade neurológica discernível. Os critérios utilizados para definição de "coma irreversível" foram: a) Não-responsividade e não-receptividade aos estímulos; b) Ausência de movimentos, incluindo movimentos respiratórios; c) Ausência de reflexos de tronco encefálico e d) eletroencefalograma sem atividade elétrica. Esses critérios ainda são válidos hoje em dia para a definição de morte encefálica.
O coma é um estado de "não-responsividade, não-despertável". É um quadro agudo que pode evoluir para melhora e recuperação das funções neurológicas, estado de consciência mínima (ECM), estado vegetativo persistente (EVP) ou para morte encefálica. No EVP, o paciente apresenta despertar mas sem consciência do meio; enquanto no ECM, o paciente apresenta alguma consciência e interação com o meio que o cerca.
A capacidade de discernir entre pacientes comatosos e em morte encefálica permitiu a fundação de uma base legal e ética para declarar que o paciente em morte encefálica estava morto, possibilitando, com isso, a doação de órgãos e o desenvolvimento dos transplantes. Dessa forma, muitas vidas puderam ser salvas após o trabalho desse comitê e a publicação desse artigo.
Cássia Righy
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