17 março 2010

Uso de Anti-psicóticos no Tratamento de Delirium no CTI

FEASIBILITY, EFFICACY AND SAFETY OF ANTIPSYCHOTICS FOR INTENSIVE CARE UNIT DELIRIUM: THE MIND RANDOMIZED, PLACEBO-CONTROLLED TRIAL.

EFFICACY AND SAFETY OF QUETIAPINE IN CRITICALLY ILL PATIENTS WITH DELIRIUM: A PROSPECTIVE, MULTICENTER, RANDOMIZED DOUBLE-BLIND, PLACEBO-CONTROLLED PILOT STUDY.

CRIT CARE MED. 2010 VOL. 38 NO.2


Nos últimos anos, muita importância tem sido dada ao diagnóstico e tratamento do delirium nos pacientes internados dentro das UTIs. Neste panorama estudos tem sido realizados com drogas que aumentam ou diminuem esta complicação associada ao aumento da morbi-mortalidade, a processos de extubação acidental e da permanência hospitalar. Todavia, nunca antes foi feito qualquer estudo randomizado usando drogas antipsicóticas atípicas. Isto provavelmente deve-se as raras, porém, possíveis complicações destas drogas tais como: alargamento do intervalo QTc, morte súbita, hipotensão e síndrome extra-piramidal.

Esses estudos publicados na Critical Care recentemente abordam o uso dessas drogas no tratamento do delirium nos pacientes internados dentro do CTI. O estudo MIND não mostrou diferença entro o uso do haloperidol (Haldol), ziprasidona (Geodon) e o placebo quando o desfecho foi os dias sem delirium ou coma, dias sem ventilação mecânica, permanência hospitalar e mortalidade. Os efeitos extra-piramidais foram similares entre os grupos tratados e não houve a ocorrência de arritmia ventricular.

No segundo estudo, foi feita a comparação entre o uso da quetiapina (Seroquel) e placebo. A quetiapina demonstrou melhor resultado na resolução do delirium, no grau de agitação e menor tempo de hospitalização. Porém, entre os dois grupos não houve diferença significativa entre mortalidade, tempo de permanência no CTI, incidência de sintomas extra-piramidais e alargamento do intervalo QTc.

Marcelo Grandi

2 comentários:

  1. Dr Marcelo Grandi,

    Infelizmente esta é uma realidade dos pacientes internados em unidade fechada durante uma média a longa permanência, sendo de fundamental importância o conhecimento e manejo das melhores drogas, respaldados por pesquisas científicas, para melhor administração destes enfermos.
    Gostei do resumo e a forma como foi abordada.
    Dra Luciana Fialho

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  2. Caro Dr. Marcelo,
    a incidência de delirium em nossos hospitais é elevada e ainda é uma doença subdiagnosticada.
    O tratamento do delirium em si, como alguns já esperavam, não muda a mortalidade, porém a presença do delirium muda completamente a história dos nossos pacientes.
    Faltam ao meu ver duas medidas:
    1. Pensar em delirium
    2. Buscar com afinco as causas de delirium

    Muito bom o resumo. Obrigado!

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