22 setembro 2011

Uso da Ultrassonografia torácica: 7. SARA

A US apresenta melhor acurácia para diagnosticar a extensão de dano pulmonar na Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) que o exame clínico e a radiografia de tórax no leito (Lichtenstein, 2004). Estes métodos foram testados em 32 pacientes com SARA e o exame clínico (ausculta pulmonar) apresentou boa especificidade em relação à detecção de consolidação e derrame pleural (acima de 90%), porém com sensibilidade muito baixa (8 e 42%, respectivamente). Já a radiografia simples, que é mais comumente empregada no acompanhamento de pacientes com SARA, apresentou acurácia apenas moderada para derrame pleural (47%) e consolidação pulmonar (75%). A US demonstrou excelente acurácia para consolidação (97%), síndrome intersticial (95%) e derrame pleural (93%). A US também apresenta excelente correlação para diagnósticos de síndromes clínico-radiológicas com a TC (veja abaixo).

Síndrome:
(sensibilidade / especificidade)
Pneumotórax 100% / 100%
Derrame pleural 86% / 94%
Síndrome intersticial 96 / 86%
Consolidação 91 / 100%

A US pode ser útil na monitorização do recrutamento alveolar de pacientes com SARA. O escore de reaeração pulmonar para pneumonia também foi usado para comparação com a curva pressão-volume que monitoriza o recrutamento alveolar através da pressão positiva no fim da expiração (PEEP) (Bouhemad, 2011). A correlação entre a curva pressão-volume e o grau de reaeração pela US foi muito bom (r=0,88), e houve relação também da PEEP com o escore para mudanças na pressão arterial parcial de oxigênio. O recrutamento alveolar foi maior nas regiões laterais e posteriores do que nas anteriores pela US.

André Japiassú

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