03 dezembro 2011

PROFILAXIA DE DELIRIUM COM HALOPERIDOL EM PACIENTES CRÌTICOS CIRÚRGICOS COM IDADE SUPERIOR A 65 ANOS

Wang H: Crit Care Med 2011 Nov 03, Epub ahead of print


Grupo chinês comparou o uso profilático de haloperidol (bolus 0,5 mg + infusão contínua 0,1 mg/h por 12 horas) com placebo em pacientes críticos cirúrgicos (exceto cirurgia cardíaca) com idade superior a 65 anos. A incidência de delirium nos 7 primeiros dias após a cirurgia foi menor no grupo que recebeu haloperidol (15,3% vs 23,2%; p=0,031). O tempo médio até o início do delirium e o número de dias sem delirium foi maior enquanto o tempo de internação no CTI foi menor no grupo tratado com haloperidol. A mortalidade e incidência de efeitos colaterais foi equivalente nos 2 grupos. Os autores concluiram que em pacientes internados em um CTI-cirúrgico por cirurgia não cardíaca com idade superior a 65 anos, o uso profilático de haloperidol por um breve período de tempo reduz significativamente a incidência de delirium.

O haloperidol é uma das drogas preconizadas no tratamento do delirium porque bloqueia os receptores D2 da dopamina reduzindo a ação da dopamina e aumentando as concentrações de acetilcolina no SNC (uma das explicações para a ocorrência do delirium é o excesso de dopamina e deficiência de acetilcolina no SNC).

Os efeitos adversos do haloperidol incluem hipotensão arterial, sedação, sintomas extrapiramidais e alterações de condução cardíacas, complicações que geralmente só ocorrem com doses superiores a 2-3 mg por dia mas sempre devem ser levadas em conta quando se utiliza o haloperidol.

Flávio E. Nácul

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