A peritonite bacteriana espontânea (PBE) é a infecção do líquido ascítico na ausência de uma fonte infecciosa intra-abdominal. Consiste numa complicação frequente e grave dos pacientes cirróticos com uma frequência que atinge de 10% a 30% nos cirróticos hospitalizados. A PBE ocorre por translocação bacteriana da flora gastrintestinal para a corrente sanguínea e líquido ascítico. Geralmente é monobacteriana sendo que o agente mais comum é a E. Coli. O diagnóstico precoce e o tratamento com antibióticos melhora o prognóstico. O paciente pode ser assintomático tornando o diagnóstico mais difícil. Por esta razão, recomenda-se a realização de paracentese diagnóstica em todo paciente com ciorrose e ascite na admissão hospitalar.O quadro clínico inclui febre, dor abdominal, encefalopatia e piora da função renal. O diagnóstico é realizado através do exame do líquido ascítico que mostra uma contagem de polimorfonucleares superior a 250 células por mm3. O tratmento clássico é realizado através de cefalosporinas (Ceftriaxona 2 g IV a cada 24 horas). Alguns autores recomendam a associação de albumina. Pacientes que se recuperam de um episódio de PBE devem receber profilaxia antimicrobiana porque a recorrência é muito elevada.
Flávio E. Nácul
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