Needham DM, Colantuoni E, Mendez-Tellez PA, Dinglas VD, Sevransky JE, Himmelfarb CRD, et al. Lung protective mechanical ventilation and two year survival in patients with acute lung injury: prospective cohort study. Brit Med J 2012; 344:e2124.
Já se sabe que a ventilação protetora (menores volumes correntes em pacientes com SARA) reduz mortalidade (Amato et al, 1998). Cerca de 1 paciente a cada 10 ventilados neste esquema é salvo com esta estratégia, comparativamente aos pacientes que são ventilados com volumes maiores que 7 ml/kg (ARDSNetwork, 2000). Mas quando se fala de mortalidade nesta situação, os dados se restringem ao tempo que o paciente permanece na UTI e/ou no hospital. Os efeitos desta, e outras estratégias de conduta e tratamento no paciente crítico, a longo prazo são pouco explorados. Por exemplo, Girard et al demonstraram que a interrupção de sedação associada a protocolo de desmame da ventilação pode reduzir a mortalidade em 1 ano.
No artigo publicado por Needham e colaboradores, coorte de 485 pacientes foi acompanhada prolongadamente para se avaliar o efeito da ventilação protetora em período de até 2 anos. Foram considerados pacientes com aderência à estratégia aqueles com volume corrente abaixo de 6,5 ml/kg e pressão de platô abaixo de 30 cmH2O. Cerca de 41% dos pacientes foram considerados aderentes; 14% recebeu o protocolo certo por mais de 50% do tempo (os dados eram coletados 2x/dia); e 37% nunca recebeu volumes baixos ou pressão de platô < 30 cmH2O.A mortalidade em 2 anos foi 64%; os sobreviventes eram mais jovens, com menos comorbidades e menor grau de disfunções orgânicas. A mortalidade cumulativa foi da seguinte maneira: 44% em 1 mês, 52% em 3 meses e 62% em 1 ano. Vários fatores de risco se associaram com a mortalidade, mas pacientes clínicos e sepse de origem diferente da pulmonar foram os mais importantes.Quanto menor o volume corrente, menor a mortalidade associada, como demonstrado na figura abaixo. Se o paciente receber a estratégia cerca de 50% do tempo, a mortalidade foi reduzida 4% em valores absolutos; se recebeu perto de 100%, a redução foi de 7,8%.
Já se sabe que a ventilação protetora (menores volumes correntes em pacientes com SARA) reduz mortalidade (Amato et al, 1998). Cerca de 1 paciente a cada 10 ventilados neste esquema é salvo com esta estratégia, comparativamente aos pacientes que são ventilados com volumes maiores que 7 ml/kg (ARDSNetwork, 2000). Mas quando se fala de mortalidade nesta situação, os dados se restringem ao tempo que o paciente permanece na UTI e/ou no hospital. Os efeitos desta, e outras estratégias de conduta e tratamento no paciente crítico, a longo prazo são pouco explorados. Por exemplo, Girard et al demonstraram que a interrupção de sedação associada a protocolo de desmame da ventilação pode reduzir a mortalidade em 1 ano.
No artigo publicado por Needham e colaboradores, coorte de 485 pacientes foi acompanhada prolongadamente para se avaliar o efeito da ventilação protetora em período de até 2 anos. Foram considerados pacientes com aderência à estratégia aqueles com volume corrente abaixo de 6,5 ml/kg e pressão de platô abaixo de 30 cmH2O. Cerca de 41% dos pacientes foram considerados aderentes; 14% recebeu o protocolo certo por mais de 50% do tempo (os dados eram coletados 2x/dia); e 37% nunca recebeu volumes baixos ou pressão de platô < 30 cmH2O.A mortalidade em 2 anos foi 64%; os sobreviventes eram mais jovens, com menos comorbidades e menor grau de disfunções orgânicas. A mortalidade cumulativa foi da seguinte maneira: 44% em 1 mês, 52% em 3 meses e 62% em 1 ano. Vários fatores de risco se associaram com a mortalidade, mas pacientes clínicos e sepse de origem diferente da pulmonar foram os mais importantes.Quanto menor o volume corrente, menor a mortalidade associada, como demonstrado na figura abaixo. Se o paciente receber a estratégia cerca de 50% do tempo, a mortalidade foi reduzida 4% em valores absolutos; se recebeu perto de 100%, a redução foi de 7,8%.
Concluindo, a estratégia protetora reduz mortalidade em pacientes com SARA, mesmo a longo prazo. Porém, mais da metade de pacientes elegíveis para o tratamento não o recebe de maneira adequada.
André Japiassú
Muito interessante!
ResponderEliminarFlavio Nacul