01 agosto 2012

Sepse: reconhecimento precoce é fundamental - Divulgue !

Do NY Times: menino de 12 anos morre por falta de reconhecimento precoce de sepse.
Acessível em: http://www.nytimes.com/2012/07/12/nyregion/in-rory-stauntons-fight-for-his-life-signs-that-went-unheeded.html?pagewanted=1&_r=4&emc=eta1

Saindo um pouco dos artigos científicos, saiu no NY Times no mês de julho deste ano: "An Infection, Unnoticed, Turns Unstoppable". Ou seja, uma infecção, despercebida, se torna imparável. É uma estória de um menino de 12 anos, que se fere no braço durante um jogo de basquete na escola, procura atendimento na Emergência de grande hospital do Queens (Nova Iorque, EEUU) e não se reconhece sepse. Ele retorna após 1 dia, depois da médica pediatra examiná-lo no consultório, e é internado já grave, falecendo pouco depois.

Rory Staunton, de 12 anos, filho de irlandeses imigrantes, era um menino de 1,8 m e 76 kg, que se destacava na escola, como representante de classe, aluno de aviação e engajado em projetos sociais contra preconceitos. Ele jogava basquete na escola, e se jogou na disputa de 1 bola, cortando o braço. Foi realizado curativo e ele voltou pro jogo sem problemas. À noite, ele reclamou de dor no braço pra mãe, mas sem outros sintomas. No dia seguinte, os pais o ouvem gemer no seu quarto, e acham ele com dor nas pernas e tendo vomitado no chão. O menino arde em febre, com quase 39o C. Rapidamente o levam para a Emergência do NYU Langone Medical Center, no Queens. A equipe interpreta que o menino está desidratado e talvez tenha gastrite. A dor nas pernas talvez fosse pelo esforço que o menino tivesse feito na aula de ginástica na escola, disseram os médicos. Ele foi liberado pra casa. O detalhe é que uma médica ainda notou que a pele do menino ficou moteada, e quando se apertava, a vermelhidão demorava a surgir. Isto não foi anotado na ficha do garoto. O exame de sangue do garoto ficou pronto após sua alta da Emergência. Havia hemoconcentração, leucocitose, com grande desvio para esquerda (50% bastões) e leve plaquetopenia (117 mil/mm3).

No dia seguinte, os pais telefonaram para o pediatra da família. O pediatra sugeriu paliativos para desidratação e diarreia. Mas após quase o dia inteiro, o garoto não conseguia se levantar da cama, e parecia muito doente. Foi quando o pediatra pediu para que o levassem para a Emergência novamente. O menino já chegou em estado grave. Estava confuso, mas ainda respondeu que Barack Obama ia ganhar a reeleição (o garoto estava fazendo campanha para o candidato). Ele tinha choque e insuficiência respiratória. Morreu em menos de 24 horas após admissão na UTI.

O interessante é que o NY Times coloca a matéria e discute os sinais de alerta para reconhecer sepse. E ajuda a divulgar o que é sepse, que permanece desconhecida da maioria do público leigo. O ideal seria que todos conhecessem sepse como reconhecem IAM ou AVE.

A saber, o protocolo do hospital onde o garoto foi atendido está na foto:


André Japiassú (de volta das férias)

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