"Point: Should an Anesthesiologist Be the Specialist of Choice in Managing the Difficult Airway in the ICU? Yes". Walz JM. Chest 2012; 142(6):1372-4.
"Counterpoint: Should an Anesthesiologist Be the Specialist of Choice in Managing the Difficult Airway in the ICU? Not Necessarily". Doerschug KC. Chest 2012; 142(6):1375-7.
Eu gosto de um debate. Debate de candidatos a presidente, governador, prefeito, médicos, intensivistas, anestesiologistas, etc. A revista Chest publica eventualmente artigos sobre temas controversos, preferencialmente que não têm uma resposta definitiva. Este é mais um debate, sobre via aérea no paciente grave: é melhor chamar o anestesiologista ou o intensivista é equivalente ?
Não há resposta comprovada. Os autores - Walz, anestesista e Doerschug, pneumologista e intensivista - colocam suas opiniões, e adianto que o 2o se deu melhor, com argumentos mais convincentes.
Pontos pró-anestesiologista (Walz):
1. maior prática da técnica
2. quem intuba deve ter maior experiência, já que a incidência de complicações relacionadas a ITO no paciente grave é maior
3. os estudos com mais anestesiologistas intubando ou supervisionando a IOT (Simpson e Martin) apresentaram menor frequência de intubação esofagiana e menor número de intubações difíceis
4. os novos instrumentos para facilitar a IOT melhoraram a visualização da glote, mas não mudaram a taxa de sucesso de intubação
Pontos contra (Doerschug):
1. artigos que reportam complicações com IOT têm taxas semelhantes independentemente do número de anestesistas nas equipes
2. a supervisão da IOT por intensivistas ou anestesiologistas experientes reduz a taxa de complicações
3. o intensivista parece prever melhor complicações fisiológicas além daquelas de vias aéreas, que o anestesiologista (ex. hipotensão)
4. o preparo / checklist para IOT realizados de maneira sistemática reduz a taxa de complicações (Jaber 2010 e Mayo 2011)
Como foi mencionado no 2o artigo, a questão não é "quem tem as melhores mãos", mas "quantas mãos são apropriadas" para proceder IOT dentro das UTIs.
Minha opinião: aprendi IOT com intensivistas, sempre em pacientes com insuficiência respiratória aguda (obrigado a Edna e Analucia); mas a minha prática melhorou muito quando pratiquei melhor técnica com um colega de plantão anestesiologista (valeu Lobo !). O treinamento do intensivista com anestesiologistas (seja no centro cirúrgico ou na UTI) deve fazer parte do currículo de melhor formação da nossa especialidade.
André Japiassú
Este blog tem como objetivo trazer informações e visões críticas sobre os estudos científicos recentes em medicina hospitalar e terapia intensiva. Também no Instagram: artigoscomentadosemmedicina
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Transfusão de hemácias na UTI: após 20 anos
Título: Red Blood Cell Transfusion in the Intensive Care Unit. Autores: Raasveld SJ, Bruin S, Reuland MC, et al for the InPUT Study Group....
-
Nível sérico de fenitoina corrigido = fenitoína sérica / (0,2 x albumina + 0,1) Flávio E. Nácul
-
O Candida Score foi criado por Leon e colaboradores para avaliar a probabilidade de um paciente crítico apresentar uma infecção fúngica. C...
-
É vasodilatador na circulação sistêmica e vasoconstritor na circulação pulmonar. Flavio E. Nácul
Sem comentários:
Enviar um comentário