18 outubro 2015

ACLS 2015: o que há de novo ?

Saiu mais 1 revisão das recomendações de reanimação cardiorrespiratória na semana passada:
https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-English.pdf

O link acima é do resumo das principais mudanças. Ao meu ver, não foram muitas, e algumas já estão anunciadas ou deduzidas há alguns anos. Vamos às principais:

- A vasopressina sai dos algoritmos. Embora sua eficácia seja similar à adrenalina, os experts estão simplificando os algoritmos, e sobrou para a vasopressina. Minha crítica é: ela dura 20 minutos, enquanto a adrenalina dura 3-5 minutos - por que retirá-la ?
- Medida de CO2 expirado zero ou quase zero por mais de 20 minutos pode ser indicativo de NÃO retorno à circulação espontânea; mas não define nada também.
- Corticoides podem ter benefício se usar adrenalina com vasopressina após parada cardíaca intra-hospitalar; classe IIB (ninguém desiste do corticoide).
- Circulação extracorpórea pode ser usada em casos selecionados, principalmente de houver prespectiva de colocação de dispositivo assistência cardíaca (balão) ou transplante cardíaco - classe IIB.
- A lidocaína pode ser alternativa à amiodarona, após retorno de PCR em fibrilação ventricular; não deve ser usada durante reanimação.
- Beta-bloqueador pode ser usado se paciente retornar de TV/FV, principalmente porque existe componente isquêmico muitas vezes.
- O ultrassom deve ser mais usado após estas novas recomendaçãoes: confirmação de intubação traqueal, monitoração de massagem cardíaca, verificação de função cardíaca após retorno à circulação espontânea, verificação de causas secundárias de PCR (pneumotórax, tamponamento pericárdico). Esta recomendação demorou uns 10 anos, mas chegou.

As outras recomendações foram mantidas, de uma maneira geral. Acho que o próximo passo será termos mais estudos clínicos de intervenção para provar o benefício de certas medidas, como capnometria versus ultrassom, por exemplo. Outra medida é educar mais leigos a fazer RCP, já que eles podem fazer a diferença até o apoio médico/paramédico chegar.

André Japiassú

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