Referência: https://www.bradspellberg.com/shorter-is-better
Vemos uma evolução progressiva de encolher o tempo de antibioticoterapia em pacientes internados, seja em UTIs ou nas enfermarias (unidades abertas). Geralmente as evidências demoram a vir, mas são contundentes. Por exemplo, Chastre et al já demonstraram eficácia semelhante entre 8 e 15 dias de tratamento para pneumonia associada a VM (PAV) em 2003. Porém, vemos até hoje prolongamento de duração de tratamento para PAVs em vários lugares...
Quais são as evidências ? Este princípio serve para todas infecções ? Pois Brad Spellberg compilou vários artigos e revisões e colocou no site acima. Vale a pena visitar. Estão aqui embaixo os principais resultados:
Pneumonia comunitária, pielonefrite, infecções intra-abdominais (se controladas e eventualmente operadas) e até mesmo osteomielite estão listadas para reduzir em torno de 30% a 50% do tempo clássico de antibióticos. E são demonstrados em estudos controlados !
Claro que existem exceções à regra: infecções em próteses de joelho, otite média em crianças pré-escolares, aspergilose pulmonar crônica.
Mas de qualquer forma, é melhor acompanhar cada caso e personalizar o tempo de tratamento de cada paciente. Afinal, o tempo de 7 dias muitas vezes é arbitrário, e o acompanhamento diário com clínica e auxílio de exames de imagem e laboratório pode encurtar o tempo de tratamento antibiótico, possivelmente reduzindo também efeitos colaterais e resistência antimicrobiana. Mas isso pode ser assunto para outro post.
PS - Por que se escolhe 7 dias (1 semana) de tratamento na maioria das vezes ? Historicamente, o número 7 também era sagrado, tanto que ele foi usado para descrever a criação do Universo por Deus. Porém, foi só durante o Império Romano que a ideia de uma semana com 7 dias ganhou cada vez mais popularidade.
Coube ao imperador romano Constantino bater o martelo e definir o calendário semanal com 7 dias, no ano 321 d.C., oficializando algo que já vinha sendo usado informalmente há mais de 400 anos na região.
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