Robert H Thiele, Nathan C Poiro, David C Scalzo, et al. Speed, accuracy, and confidence in Google, Ovid, PubMed, and UpToDate: results of a randomised trial. Postgrad Med J 2010; 86:459-465.
Quando buscamos alguma informação na internet, nem é preciso dizer que a maioria usa a ferramenta Google. Este site tem um mecanismo muito rápido e sofisticado de seleção de busca (algoritmo PageRank). Mas quando buscamos dados médicos, outras ferramentas são usadas, como Pubmed, Ovid e Uptodate. Não vem ao caso aqui dizer detalhadamente como elas são, mas cabe dizer que a última é paga e dá revisões feitas por experts nas suas áreas, baseadas em evidências de literatura.
Os autores do artigo pesquisaram qual foi a ferramenta mais usada por estudantes (15) e médicos residentes (35) e formados (4) na Universidade de Virginia (EUA). O objetivo primário foi saber respostas corretas diante de 4 perguntas sobre Medicina Intensiva e Anestesiologia.
Embora as pessoas tenham dito primeiramente que a ferramenta preferida fosse o Uptodate (33%), seguido pelo Google (32%) e Pubmed (13%), os participantes usaram mais frequentemente o Google para as pesquisas (45%), seguido pelo Uptodate, Pubmed e por último o Ovid. A velocidade de respostas foi mais rápida com o Google (cerca de 3,3 minutos). A mais lenta foi o Ovid (4,6 minutos). Na 1a fase do estudo, Google e Uptodate foram os mecanismos preferidos e deram as respostas de maneira correta mais frequentemente que Pubmed e Ovid.
Na 2a parte (1-3 semanas depois), havia randomização para as ferramentas de busca, repetindo as 4 questões feitas inicialmente e mais 4 novas questões. Nesta fase, ganhou o Uptodate. Respostas corretas, com confiança do indivíduo pesquisado, foram realizadas em 70 e 63% das vezes com o Uptodate, enquanto o Ovid teve pior desempenho (37 e 50%, respectivamente).
O fato curioso é que a ferramenta Google não foi o Google scholar, que é específico para pesquisas. Os mecanismos de busca do Pubmed foram satisfatórios, mas se demora mais a chegar a respostas certas. O site Ovid é realmente mais demorado, mesmo para pesquisas simples do estudo, como o limiar de transfusão no paciente grave, que teve alto índice de acertos.
Acho que este estudo demonstra a nossa realidade. A primeira busca exploratória é realizada com o site Google (como se diz no popular, dar uma "googlada"). Mas para chegar ao que se quer, o Uptodate é muito eficaz. Seria interessante que os hospitais disponibilizassem assinaturas do Uptodate para seus funcionários, já que ela parece ser mais eficaz e confiável.
André Japiassú
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