22 abril 2016

Georreferenciamento das mortes por sepse na cidade de São Paulo

Georeferencing of deaths from sepsis in the city of São Paulo. Diament D, Colombari F, Cypriano AS, et al, Bras J Infect Dis 2016; 20(2):149-154.

O georreferenciamento é uma ferramenta atualmente muito útil para saber se recursos de saúde estão próximos à população que os necessita. Este estudo é inovador no sentido que mapeia a população de São Paulo, marca o IDH (índice de desenvolvimento humano) e onde ocorrem as mortes por sepse a partir de informações das declarações de óbito.

Os métodos do estudo se baseiam na ocorrência das mortes por sepse incluindo códigos de infecções pelo CID-10, relação com endereços de pacientes ou hospitais e IDH. Veja figura abaixo.


Os autores encontraram maior taxa de mortalidade com maior IDH, principalmente em idosos. Porém isto deve ocorrer pelo acúmulo de maior contingente de idosos com planos de saúde procurando hospitais privados que estão nos bairros de maior IDH. No entanto, a marcação das mortes somente em adultos entre 18 e 65 anos ocorre na periferia da cidade, justamente onde há menor IDH. A carga de mortes foi 79% maior em hospitais públicos (737 mortes por sepse em hospitais públicos vs 411 mortes em privados).

Outro fato impressionante é que 6% das mortes fora de hospitais, isto é, antes de chegarem a hospitais. Este fato pode justificar o protocolo de atendimento de sepse em serviços médicos pré-hospitalares.

A 1ª causa mais associada a sepse foi pneumonia em todas as faixas etárias. A 2ª causa não teve foco definido, o que parece ser preocupante - a falta de avaliação clínica eficaz resulta neste fato na maioria das vezes. Morte por sepse e meningite foi bem maior na população jovem e adulta.

André Japiassú

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