Safety of peripheral intravenous administration of vasoactive medication. Cardenas-Garcia J, Schaub KF, Belchikov YG, Narasimhan M, Koenig SJ, Mayo PH. J Hosp Med 2015;10(9):581-5.
É de conhecimento geral que o uso de aminas vasoativas, como noradrenalina, inclui a necessidade de acesso venoso central, principalmente por conta do risco de extravasamento deste medicamento no tecido subcutâneo com necrose e dano ao paciente. Porém sabemos da dificuldade de acesso central em situações de emergência, onde o tempo de hipotensão pode influenciar a sobrevida do paciente (AVE, IAM, sepse, por exemplo). Então, é possível usar o acesso periférico, mesmo que provisoriamente ?
Este estudo do centro médico de Westchester, Nova Iorque, demonstrou que a administração de aminas vasoativas (noradrenalina, fenilefrina e dopamina) pode ser segura, desde que se obedeça a certas regras, que ficaram muito claras na metodologia do estudo. O extravasamento (infiltração) foi apenas de 2%, com controle estrito do procedimento e administração da droga.
Veja abaixo as condições necessárias:
A população foi de pacientes graves (SAPS II médio de 75 pontos), 32% em ventilação mecânica, 12% em hemodiálise e mortalidade de 23%. De todos pacientes admitidos durante 20 meses de estudo prospectivo observacional. Não houve grupo controle. Cerca de 39% dos pacientes precisou de amina vasoativa e 82% dos pacientes recebeu aminas por acesso periférico ! O tamanho do cateter foi 20 G em 75% e 18 G em 25% dos pacientes. O tempo médio de uso em acesso periférico foi 49 horas (o máximo era 72 horas). Apenas 13% precisou de acesso central na sequência do tratamento. A dose média de noradrenalina foi 0,7 mcg/kg/min e dopamina foi 12,7 mcg/kg/min.
Logo, de acordo com este estudo e com o controle ultrassonográfico, a administração de amina vasoativa em acesso venoso periférico pode ser segura por tempo limitado.
André Japiassú
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