A visitação de pacientes graves em UTI é motivo de controvérsia em todos os hospitais, e as condutas são heterogêneas entre diferentes unidades no mesmo hospital, e mesmo diferentes profissionais na mesma UTI. As características de cada unidade podem influenciar a política de visitação: por exemplo, unidades de maior permanência tendem a serem mais liberais, ou mesmo a região geográfica ou aspectos culturais podem influenciar o horário e a liberação de visitantes.
Este artigo americano teve como objetivo se as características dos hospitais influencia a visitação familiar. Foi um survey de 606 hospitais nos EEUU entre 2008 e 2009, com análise de estrutura hospitalar e dos times das UTIs e características das restrições de visitas.
Os resultados mostraram que leitos de UTIs são cerca de 12% dos leitos dos hospitais; 62% têm coordenador da UTI e 39% têm enfermeiro especialista; apenas 10% são abertos 24 h à visitas; quase todos (>90%) abrem exceção às restrições caso-a-caso. Veja abaixo:
Restrições
à visita
|
Hospitais
|
Permitem
exceções
|
Qualquer restrição
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90%
|
95%
|
Restrição de horas
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80%
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83%
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Restrição de duração
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39%
|
45%
|
Restrição de número de pessoas
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67%
|
75%
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Restrição de idade do visitante
|
64%
|
67%
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Restrição de visitante familiar
exclusivo
|
24%
|
27%
|
A maioria das UTIs (90%) determinam restrições às visitas. Hospitais menores e da região Meio-Oeste são mais liberais. Restrições de número de horas, da duração da visita, de número de pessoas, de familiares ou não-familiares, e da idade do visitante são muito comuns. As outras características hospitalares aparentemente não têm relação com restrições de visita.
O que mais me chama a atenção é que mais de 90% das UTIs permitem exceções a todas as regras (principalmente para o paciente mais grave).
Ou seja, existem regras sim para a visitação de pacientes em UTIs; mas exceções são quase tão comuns quanto a frequência das restrições impostas.
André Japiassú
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